outubro 20, 2011

Atentem-se!


Eu tenho algo a dizer.
Por favor, me ouçam,
pois tenho algo a dizer!

Informo-lhes que
a inveja mata, meus caros,
e o orgulho...
Ah, o orgulho!

O orgulho impede de ser feliz.

outubro 17, 2011

A verdade de mentira.


Estatura mediana, cabelo negro e baixo, pele clara manchada e uma diferente estrutura corporal oval. Estranho, mas assim mesmo era Edmundo. Uma boca que raramente estava fechada, voz em alto tom que negava a inteligência que corria em suas veias e ressaltava a ignorância que queimava em seus olhos - tornava-a perceptível. Garoto que passava pela fase de fazer importantes decisões sobre sua vida, sempre com um sorriso no rosto, mas que pouco sabia lidar com suas falhas que ora ou outra cometia. Falhas estas que grande parte das vezes eram ocasionadas pela pressa de ser superior diante e que os outros. Sua verdade era absoluta, e mais do que isso: era mentirosa.
Apesar de toda a alegria que causava aos que o circundavam, Edmundo mantinha-se, em segredo, frágil a qualquer erro que pudesse fazer parte de seus atos. Suas discussões eram baseadas em suas inseguranças consigo mesmo, em seu complexo de superioridade que havia sido alimentado por toda a vida e em sua falta de estima - como quem repete inúmeras vezes em boa tonalidade de voz o quanto é bom, tentando, em fim, convencer a si próprio de que é provido de determinadas qualidades.
Edmundo não era(é) de fácil convívio, uma vez que justificativas eram mais notárias em seu dia-a-dia que efetivas tentativas de mudanças. Errava sempre ao negar que era necessário fazer alteração com medo de errar uma só vez ao ir em busca do correto e humilde. O que outrora era compreensivo, ao levar em consideração sua autenticidade, passou a ser cansativo pela sua pseudo-perfeição.
Com a verdade de Edmundo, nem ele mesmo podia.

"As convicções são inimigas mais perigosas da verdade do que as mentiras."
(Friedrich Nietzsche)