março 29, 2010

Parte I – Significados.

Saudade: 1. Lembrança grata de pessoa ausente ou de alguma coisa de que nos vemos privados. (Dicionário Priberam)


Amor: 1. Sentimento que induz a aproximar, a proteger ou a conservar a pessoa pela qual se sente afeição ou atração; grande afeição ou afinidade forte por outra pessoa. (Dicionário Priberam)


Paixão: 1.Sentimento intenso de atracção!atração entre duas pessoas. (Dicionário Priberam)

março 27, 2010

60.



Em março de 2010, o Brasil participa oficialmente da Hora do Planeta. No sábado, 27 de março, entre 20h30 e 21h30, diversos monumentos e locais simbólicos do país serão apagados por uma hora para mostrar a nossa preocupação com o aquecimento global.

No Brasil, o apagar das luzes representa um sinal claro aos governos de que a população quer o fim do desmatamento, responsável por mais de 70% das emissões de gases de efeito estufa do país.

março 26, 2010

Estranha personalidade.


Amo o arrepio da brisa gelada na pele, mas odeio não ter alguém que o evite.

Não gosto de ser deixada falando sozinha, mas vivo o fazendo.

Falar comigo mesma em idiomas de autoria própria, aliás, me encantam, mas ter de interpretar dialetos alheios me cansam.

Preservo a calma e o silêncio, só que não me dê cinco minutos de poder que gritarei aos quatro cantos e ficarei vermelha de raiva.

Monotonia me corrói, entretanto mudanças são desprezadas por mim.

Tédio me dá dor de cabeça. E ter o que fazer, preguiça.

Não me toque”. “Me abrace!”.

Piadas bem elaboradas são fracas para o meu humor, e situações bobas me fazem cair na gargalhada.

Sou estressada e bem resolvida superficialmente, mas sou carente e ligeiramente perturbada.

Escrever alivia minha mente, mas ler a bloqueia.

Gosto de amar e ser amada, mas reciprocidade deixa minha vida chata.

Distância me incomoda por não poder ultrapassá-la na maioria das vezes, mas agradeço sua existência por me impedir de matar alguém parte do tempo.

A voz, o tom, as palavras ditas me roubam o coração, mas o silêncio é mais completo para mim.

Preciso de pessoas a minha volta dizendo minhas qualidades, mas minha auto crítica não me deixa vê-las e ouví-las.


Sou confusa e determinada. Quieta e agitada. Calma e hostil. Auto controle perfeito, e descontrolada. Educada e respondona. Falo baixo, mas grito. Preso palavreado culto e de baixo calão. Gosto de mimos e odeio grude.


Sou eu mesma e não sou.

março 25, 2010

Hey.


I have been struggling for one or two years what some people struggle their entire lives with, being in love with someone you can not seem to be with. I have come to realize in these past years, that love is not as hard as some people make it to be.

When you are in the infinite state of infatuation, a feeling no word or emotion could ever come close to describing, you feel as though this life is worth living. And when you lose it, its unreal. Its a pain i cant describe. Every muscle in my body tenses and my heart pounds so hard i feel like it will kill me.
The thing i have learned most, is that this pain proves to me that my heart and felt a happiness i may never feel again.

I now know from my suffering that the time period in which i did feel this happiness was worth it. There are few moments in life in which i believe we find true happiness, a moment in which everything stands still and every emotion thought or worry is gone, and your a single soul floating in a world of ecstasy. Its a feeling i would not trade for anything.

There is no real conclusion to this, because its undescribable. I do know, that this pain i have felt, this feeling of hopelessness only shows me, i did once fall in love. And every ounce of faith in me, is devoted to the thought of reliving the happiness.

I will always have hope.

março 23, 2010

Inusitado.


Quantas vezes conheceu alguém por um acaso, em um lugar que nunca imaginaria, e que houve logo uma compatibilidade de gênios? Quantas vezes olhou ao lado para tentar encontrar essa pessoa, e se perdeu de tanta gente que havia; menos ela?

Não é novidade alguma saber que as pessoas atualmente têm facilidade em criarem laços. Tampouco novidade é esse coleguismo durar algumas horas de um bom papo, e nada mais. Se impressionar com a maneira como o relacionamento não vai pra frente, chega a ser um ato de ingenuidade. Assim como cobrar a presença dele em sua vida, de desespero.

Algumas vezes depositamos confiança em uma pessoa que aparece de um jeito que nos faz crer que será duradouro; aquela conversa que rende mais do que com um amigo de muito tempo, nos dá a certeza de que no dia seguinte ela se repetirá. Entretanto, quando nos damos conta que, assim como nós inicialmente, ela também estava apenas afim de um papo, ficamos desconsolados e tentando compreender o porquê de não ter virado uma amizade; um motivo para que não aconteça novamente tal acontecimento. Porém, a verdade é que só ficamos “deprimidos” até quando aparece um outro alguém que nos faz esquecer o passado; mas eis que tudo se repete, como um real ciclo.

Convenhamos que também somos propícios a cometer esse quase erro. Portanto, devemos de alguma maneira nos convencer que tudo não se passa de um instante que se apetece uma conversa sincera com alguém que não opinará sobre fatos antigos que lhe ocorreu, afinal, ele sequer sabe a data do seu aniversário, por exemplo. As coisas novas nos fazem crescer os olhos e ficar animados com o resultado que aquilo nos pode causar, e é completamente compreensível. Entretanto, não se deve pôr todas as suas fichas em cima de uma pessoa que pouco se conhece, até porque, você também não sabe a data do aniversário dela, provavelmente.

março 21, 2010

Quinze Anos.


Aos 15 anos recém completados, eu consegui adaptar mais meus pensamentos. Tornando-os mais claros e completos, mas não menos confusos. Algumas vezes falhei, e outras tive sucesso. Tive sucesso quando tirei forças de um lugar que, pra mim, é desconhecido, e trouxe para o presente todas as decepções que estavam guardadas em um passado (não necessariamente distante). Falhei quando passei a viver essas decepções novamente, não levando em consideração toda a aprendizagem que tive em cada uma delas.

Quando eu fechava os olhos, tudo aparecia no escuro da minha mente ao mesmo tempo.Deixando-me confusa e sem capacidade para saber distinguir, relacionar e interpretar aquele amontoado de opiniões e decisões. Hoje, sei separar cada um no silêncio, sem precisar me pronunciar a outro alguém. Consigo ver tudo com mais clareza, de modo que não se tornem apenas angustias guardadas dentro de mim.

Aos 15 anos eu entendi que se alguém disser que me ama, eu vou acreditar. Considerei a hipótese de poder sonhar. Admiti que esperava por um príncipe encantado. Abri os olhos e me eduquei a viver aquilo que é motivo da minha respiração naquele instante. Eu vi que gostar de alguém pode me levar à exclusão só por amar diferente. Vi mais ainda. Vi que há pensamentos, gostos, atitudes e curiosidades, que não podem ser confessadas nem com amigos de longe prazo. Aprendi que as vezes ficar calada me torna uma poeta. E senti. Senti a excitação de estar mudando, crescendo e, acima de tudo, amadurecendo.

Claro que cada um tem seu momento de descoberta. E o meu foi aos 15 anos!

março 19, 2010

Bad Romance.



Eu queria entender no que é baseado a desconfiança e toda a falta de vontade de estar junto; essas coisas geram consequências nada boas que afetam profundamente o emocional de qualquer pessoa que passe pela situação. É como a velha história das marcas dos pregos na madeira, nunca irão embora ou deixam de existir. Cada palavrinha de reconciliação é jogada ao vento para quem quiser ouvir e tentar compreender o sentido dessa busca sem fim, inútil.

Basicamente, tudo se perdeu na enorme bola de neve que nosso romance se tornou, e agora aqueles bons e raros momentos juntos se transformaram em pequenos resíduos de lembranças -nada mais que isso.
Não minto ao dizer que ainda te busco nos meus olhos quando encaro um espelho, ou quando vejo marcas de pés pelo meu caminho. Entretanto, é indescritível a sensação de alívio que sinto quando percebo que chegamos ao fim sem ao menos percebermos.
Foi uma tempestade que nos fez ter ondas de calor sem nexo, mas que também foi capaz de gelar cada centímetro de nossos corpos. E aquela tal melodia que um dia foi as batidas de nossos corações acabou virando duas músicas distintas, e inaudíveis.
Por fim, as almas que um dia se juntaram, voltaram a ir em busca de novas aventuras. Procurando, ainda, por um rumo certo, perambolando por todas as ruas estreitas, ou não, evitando sempre o calor do Sol -por apenas um motivo, mater-me sempre conectada ao aquecimento que seus braços foram capazes de me trazer.

março 18, 2010

Contáveis fios grisalhos.


"Esse privilégio de sentir-se em casa em qualquer lugar pertence apenas aos reis, às prostitutas e aos ladrões" (Honoré de Balzac)


Passam as horas. Passam os dias. Sinto-me fora do ritmo em que o mundo gira. Ou melhor, permaneço sentindo essa sensação. Pode parecer estranho, e mais, um tanto repetitivo. Mas sinto-lhes, nada posso fazer para que mude essa minha situação.

Acontece que está gritante a incompatibilidade entre Eu e o Mundo. E quando digo “Mundo”, é ele mesmo; ele e as pessoas que o habitam.

Os dias vão passando, e eu ainda estou parada, com o peso nos ombros que me faz inclinar o corpo. A exaustão de acreditar em uma melhora tem se tornado clara e absolutamente visível. Continua, ainda, apenas eu e minha xícara de café. E claro, algumas meras palavras cuspidas ao vento.

Cansei-me dessa luta interminável e cansativa. Igual quando se prende um mosquito em um copo, vai vê-lo lutando contra o vidro, em vão. Vai vê-lo girar para lá e para cá, chegando a machucar-se para tentar fugir daquele lugar que não o pertence. É. Exatamente assim. O mundo não me pertence, ou talvez eu que não pertença a ele. Que seja!

O fato é que quanto mais olho em volta, e quanto mais discursos ouço, mais acredito que sou antiga desde nova.

Desde agora.

março 17, 2010

Não é o suficiente.


Lá estava ela novamente me fitando enquanto eu brincava com a comida do prato.
- O que é? -disse-lhe com a voz baixa mas em um tom agressivo.
- Você não se cansa de fingir que está comendo?
- Não devo comer. Só estou passando o tempo. -resolvi encará-la com um leve sorriso no rosto.
Cada centímetro de minha face era examinado em questão de segundos; eu podia sentir seu olhar me queimando. Era claro que seus pensamentos estavam a mil por hora formulando algo impactante. Furei o ovo cozido com o garfo e cortei-o em pequenos pedaços.
- Você não precisa desse tipo de loucura, está tudo em forma!
Respirei o mais fundo possível soltando os talheres, virei em sua direção com a palma das mãos sobre minhas coxas e penetrei em sua alma através dos olhos.
- Nunca será o suficiente para mim. -fiz questão de enfatizar a palavra "mim", ela precisava se dar conta de que a opinião dela não me importava. Não naquele instante e para este assunto.
- Vai acabar morrendo... -cada palavra sua foi dita em tom descrescente.
Retruquei-lhe sem pensar.
- A questão é: eu tenho medo disso?

março 16, 2010

Inferno Particular.


Deitei-me em minha cama para ocupar minha mente com uma boa leitura. Em vão. Cada palavra me levava de alguma forma para cálculos. Decidi então mudar de estratégia, peguei exercícios de física para fazer; substituir os números de uma conta me parecia uma boa solução. Em vão novamente. Com a ponta dos dedos da mão esquerda empurrei todos os cadernos, livros, canetas, tudo, para o canto da cama até que caíssem no chão. Agarrei minha pequena e murcha estrela amarela e fiquei a olhar para a janela aberta que mais se parecia com um quadro, devido a lua que a iluminava de longe. Bem visível, clara, limpa. O vento gelado alcançava os dedos dos meus pés antes que qualquer outra parte do meu corpo, entretanto já era o bastante para me fazer sentir calafrios seguidos.


"Duzentos e noventa e sete.", pensei. Inúmeros planos para perder esse número passaram pela minha cabeça. Sessenta. Sessenta minutos de esteira. Cento e oitenta. Cento e oitenta abdominais. Três. Três litros d'água por dia. Zero. Duzentos e noventa e sete era a quantidade de calorias consumidas, era a quantidade de calorias não gastas. ”Uma banana-prata de oitenta e nove calorias, mais duas xícaras de café com cinquenta e duas calorias, mais dois ovos cozidos de cento e cinquenta e seis calorias.”, calculei. ”É. Duzentos e noventa e sete.”, conclui.


Levantei-me rapidamente deixando minha pequena estrela cair e arranquei minha roupa com força ficando apenas com as peças íntimas. Analisei-me de frente ao espelho, passando as mãos por cada curva que me compõe. Borboletas no estômago. Fixei meus olhos apenas nos pontos positivos. Os ossos do meu colo pareciam gritar de tão formosos que estavam aparecendo pela pele. O do quadril apenas insinuava uma aparição, nada demais. Meus pulsos eram a parte mais fina dos braços, os ossinhos saltados e bem visíveis me causaram um sorriso largo espontâneo. ”Duzentos e noventa e sete.”, fui pega de surpresa. Novamente esse número me perturbou.


Não me preocupei em vestir-me, me abaixei e peguei novamente minha estrela murcha, deitei em minha cama encolhida puxando o cobertor com os pés de uma maneira habilidosa pelo costume de fazê-lo. E deixei que os números me dominassem sem dó. ”Zero calorias. Cento e vinte horas. Cem vezes mais feliz (...)”.

março 11, 2010

Tornei-me poliglota.‏


Desde o dia em que tive a loucura de ousar a conhecê-lo, eu tinha certeza de que não seria apenas mais um contato. Na realidade, havia só uma coisa em mente: fazer parte da vida dele em algum momento. Como uma boa geminiana -orgulhosa e impulsiva, não hesitei em passar por cima dos meus princípios para conseguir concretizar meu plano mirabolante.

Por fazer parte de uma banda, ser um rapaz bonito, no auge dos seus vinte e um anos, era óbvio que meu caminho seria longo e cheio de obstáculos bem difíceis.

Tava na semana do fim do ano, então o assunto que nos cercava era bem previsível. Festas. Conseguia sem dificuldade prendê-lo com minhas palavras quase sinceras que ofuscavam interesses maiores -e é claro, minha inexperiência.
Não demorou muito para seus grandes olhos azuis cor do céu aumentassem diante da minha falsa imagem que comecei a passar. Com os dias, deixei escapar leves demonstrações de intenções, as quais -como um garanhão nato, nunca deixaria passar despercebido. Caiu na isca.

O que eu não sabia -ou fingia não saber, era que aquela minha nova aventura se tornara para ele uma grande oportunidade, um desejo ardente. Embora eu soubesse que eu estava prestes a aprender um novo idioma, não hesitei em encontrá-lo. Tampouco hesitei de seguir o destino que ele próprio havia traçado. O caminho não foi curto -muito menos confortável, já que ele fazia questão de falar sem parar sobre sua vida (mas nunca falando como homem, mas sim como o fulano que toca na banda). Por vezes tentei pedir para que eu não fosse confundida com uma fã, mas minha voz recusava-se a sair quando seus olhos vinham de encontro aos meus.
Chegamos ao lugar que eu nunca havia entrado, e então me dei conta de que ele estava decidido a ser meu professor naquele dia.

Deixei a onda de realização me invadir de uma vez só, e não permiti que seus lábios me intimidassem sempre que se aproximavam. Eu senti cada dedo de suas mãos dançando pela minha pele, e o toque fazia uma combinação perfeita com a pressão que seu corpo fazia de leve contra o meu. Aos poucos eu me acostumei com a nova língua que ele me ensinava de olhos fechados. Consegui esquecer do mundo -assim como ele havia prometido. E só voltei à lucidez com a água fria do chuveiro que caía como flocos de neve sobre nossos corpos. Vergonha.

Existiu mais carinho, preocupação e paciência, do que imaginava que ele seria capaz de ter. Algumas vezes ele passava sua mão sobre a minha e tentava segurá-la, mas de uma maneira hostil ele logo a soltava -assim como uma pessoa em dieta pegando um doce no armário. Eu acabava entendo, no entanto ficava com vontade de agarrá-la de volta -assim como uma pessoa em dieta encarando um doce no armário.

O caminho de volta foi menos longo do que o de ida. Entretanto, sua voz soava mais íntima, e suas paradas para respirar me permitiam soltar algumas palavras intimidadas. Havia uma ligação no ar, nossos olhares por vezes se encontraram, e como uma consequência gostosa sorrisos surgiam. Por fim, em algumas frases soltas eu encontrava o homem que eu queria.

Ao chegarmos no local de início, dentro do carro nos permitimos uns segundos em silêncio. Olhos nos olhos, lábios nos lábios. Foi agradável e pessoal.

Eu não tinha a capacidade de pensar em mais nada, além de que eu havia me tornado uma poliglota.