abril 16, 2011

Monólogo.


Bom, faz um tempo que converso com alguém por Email e que me fez algumas perguntas que, se lhes importam ou não, postarei porque acho que são válidas e têm sentido já que pouco sobre mim tem aqui.


- Seus textos são descrições de experiências suas? -

Nem todos. Alguns não passam de uma loucura momentânea, outros são anseios, outros sonhos que tive, outros realmente aconteceram, outros são meio a meio e etc. Acredito que a maior graça seja manter esse “enigma” de realidade ou não. Gosto de não identificá-los. Durante certo tempo usei o pseudônimo Antonietta, que logo abandonei justamente por já deixar certa marca de acontecimento.


- A maioria das coisas que escreve tem um ar melancólico. É de propósito? -

Não. Nada proposital. Escrevo sempre quando estou com sentimentos acumulados, e os únicos sentimentos que acumulo são os “ruins” que não quero espalhar pelo mundo. Quando estou cem por cento vida não sinto vontade alguma de escrever já que posso somente sorrir.


- Por que não tem como comentar no seu Blog? -

Ver “0 comentários” me desanimaria, com certeza. Evito qualquer tipo de desânimo. Por isso.


- Seu pessimismo é sua marca? -

Não tenho marca. Sou bastante realista com uma dose de pessimismo e outra de utopia.


- O que te faz escrever textos que abordam tema que envolva preconceito? -

Ah! Depende. Discussões em sala de aula, opiniões alheias que leio em comunidades do Orkut, reportagens...


- E por que toma esse partido de escrever a respeito? -

Acredito que sou de uma geração que as pessoas não pensam muito para falar. Já feri muita gente por fazer o mesmo e hoje tento mudar isto. Nunca sabemos quem nos ouve. Ao falar de homossexualidade, suicídio e coisas do gênero, a preocupação não tem que ser só com o que diz, mas também com como diz e para quem diz. Pode parecer clichê, mas é como penso... Não são todos que sabem expor a opinião sem ofender ou fazer do assunto uma piada/julgamento. Uso meus textos como uma forma de “resposta”, apesar de saber que são poucos os que lerão.


- O que mais te irrita pela internet? -

Sem dúvida alguma esses politicamente corretos que são, na realidade, seguidores de moda. Fico tomada por raiva quando noto que de repente todos viraram pessoas depressivas, homossexuais, sofredores, suicidas, apaixonados por francês e etc.. Fico realmente revoltada.


- Julga-se uma pessoa intensa? -

Às vezes sim, às vezes não.


- Parece ser bastante sentimentalista. É só impressão? -

Não! Embora eu tente muito agir pela razão, meu emocional sempre grita. Sou a favor do amor, da paz, a união, do carinho, do afeto, da raiva, dos sentimentos em geral. Adoro sentir que as pessoas agem por impulso, certas vezes, simplesmente por estarem seguindo seus corações. É um pouco mais de humanidade (mesmo tendo toda essa ladainha de racionalidade e tal).


- O que te falta para ser perfeita? -

Talvez tudo, talvez quase tudo. Minha perfeição, ou falta dela, vai dos olhos de quem me olha; de quem me enxerga. Sei que dentro de mim há sentimentos de sobra para dar, que na minha cabeça existem sonhos que poderiam te fazer rir ou me achar uma boboca. E por aí vai... Não gosto de pensar muito nisso.


- Os seres humanos parecem te preocupar. Preocupam? -

Já chegaram a ser um belo ponto de interrogação pra mim, até que me dei conta que também sou um. Hoje em dia me preocupo mais em passar no vestibular e alcançar meus objetivos.


- Quais seus objetivos? -

Não sei ao certo. Ultimamente tenho focado em um só: passar no vestibular. Sei que tenho outros, mas sempre acabo os esquecendo. Um erro, eu sei, mas enfim!


- Você já falou muito sobre desfazer amizades. Como é isso pra você? -

Hoje em dia já é quase normal, tanto é que chamo de “desfazer laços”. Tenho um defeito de só ter comigo pessoas que têm os mesmos tipos de comportamento/pensamento que eu. Gosto de me sentir fazendo parte de algo, ao contrário de sair discutindo por pontos certos e errados. Já tentei fazer diferente, mas não dura muito. As pessoas não têm paciência comigo e nem eu com elas, então evito decepções minhas e alheias.


- O que a foto do seu perfil quer dizer? -

Certa vez, faz pouquíssimo tempo, li algo sobre “Pessoas da alma”, achei bastante interessante e me identifiquei um bocado, dizia sobre não dar valor as coisas materiais e valorizar mais as coisas simples da vida, foi quando resolvi tirar essa foto e colocá-la aqui.


- Qual a sua maior frustração? -

Grande parte das vezes eu me vejo sozinha, em relação a amizades, o que me resulta uma vida pacata. E outra parte das vezes eu me sinto fora do contexto da minha realidade (ou da realidade das pessoas que têm a mesma idade que eu). Acho que só isso.


- Como você se descreve? -

Uma pessoa normal. Que resmunga, que sorri, que chora, que xinga, que fala palavrão quando ta nervosa, que tenta sempre ser melhor, que desanima e tudo mais.


- Uma frase, um texto, um trecho:

“Ela era tão jovem, tão solitária e ingênua, que se imaginava uma espécie de recipiente a ser preenchido de amor. Mas não era nada disso. O amor estivera dentro dela o tempo todo e só se renovava ao ser doado.” – O guardião de Memória.


- Qual a sua idade? -

Tenho 16 anos de idade. (Jun 04)

-


É isso só. Não sei se tem algum valor, mas achei interessante.

jovemescritora.luz@gmail.com

abril 08, 2011

Rio de Janeiro, Novembro 2010/Abril 2011.



Foram necessários tanques de guerra.

Parar os bandidos moveu o Brasil.

A cidade maravilhosa pedia socorro,

aclamava ajuda, gritava por ajuda!

Na rua o fogo tomava conta

e na floresta só se via correria,

até que um dia a paz surgiu.

Quem iria imaginar, porém,

que o terror tão cedo voltaria?

Dessa vez, no entanto, mais cruel,

foi com crianças que seriam o futuro do Brasil.

Crianças estas que estavam estudando

dentro de uma escola, lugar onde deveria ter segurança.

A invasão foi feita pelo passado,

um ex aluno, um ex aluno atordoado.

Massacrou a sangue sangue frio

aqueles pequenos que seriam o futuro do Brasil.

Seus olhos, diante uma arma de fogo,

ainda deviam brilhar com esperança,

brilhar como o Sol, como a Lua,

acreditando que mal maior não poderia acontecer,

mas quem pode dizer

se o último que para esses brilhos olhou

foi o mesmo que os cessou?

Sem dó e nem piedade,

Matou parte do futuro do Brasil.

abril 02, 2011

Algemas de Sangue.


A criança cresceu
Ela deixou para trás os sonhos
Passou a viver a infeliz realidade
De alguém que não vê claridade
A luz no final do túnel inexiste
E só restaram migalhas do passado

Seus olhos a queimaram
Sua frieza a congelou
Em estado de confusão
A criança cresceu sozinha
Deixou de acreditar na humanidade
Passou a viver sem buscar algo bom

Se lembra dos tapas que deu?
Das marcas que deixou?
Você se lembra?
São essas suas algemas de sangue hoje
É o seu desespero, seu rosto distorcido
É a sua loucura, a sua loucura!

Aquela criança fechou os olhos
Se jogou na imensidão do mal estar
Não quis mais saber de companhia
E agora sobrevive nas beiras
Rastejando-se em busca de migalhas de um futuro
Um futuro menos sujo, menos sujo.

Sem duvidar,
Sem questionar,
Te culpando, te lembrando
Que essas suas algemas de sangue hoje
Te prendem aos tapas que você deu.

Se lembra dos tapas que deu?
Das marcas que deixou?
Você se lembra?
São essas suas algemas de sangue hoje
É o seu desespero, seu rosto distorcido
É a sua loucura, a sua loucura!

Agora você pede perdão
Como se pudesse apagar o que fez
Não vai adiantar
Não pode funcionar
A criança já desistiu de te ver em vida
Porque ela se lembra de todo aperto no coração

Você deve se lembrar
Você se lembra?
Suas algemas de sangue
São os tapas que você deu
As marcas que deixou.