abril 02, 2011

Algemas de Sangue.


A criança cresceu
Ela deixou para trás os sonhos
Passou a viver a infeliz realidade
De alguém que não vê claridade
A luz no final do túnel inexiste
E só restaram migalhas do passado

Seus olhos a queimaram
Sua frieza a congelou
Em estado de confusão
A criança cresceu sozinha
Deixou de acreditar na humanidade
Passou a viver sem buscar algo bom

Se lembra dos tapas que deu?
Das marcas que deixou?
Você se lembra?
São essas suas algemas de sangue hoje
É o seu desespero, seu rosto distorcido
É a sua loucura, a sua loucura!

Aquela criança fechou os olhos
Se jogou na imensidão do mal estar
Não quis mais saber de companhia
E agora sobrevive nas beiras
Rastejando-se em busca de migalhas de um futuro
Um futuro menos sujo, menos sujo.

Sem duvidar,
Sem questionar,
Te culpando, te lembrando
Que essas suas algemas de sangue hoje
Te prendem aos tapas que você deu.

Se lembra dos tapas que deu?
Das marcas que deixou?
Você se lembra?
São essas suas algemas de sangue hoje
É o seu desespero, seu rosto distorcido
É a sua loucura, a sua loucura!

Agora você pede perdão
Como se pudesse apagar o que fez
Não vai adiantar
Não pode funcionar
A criança já desistiu de te ver em vida
Porque ela se lembra de todo aperto no coração

Você deve se lembrar
Você se lembra?
Suas algemas de sangue
São os tapas que você deu
As marcas que deixou.