março 21, 2010

Quinze Anos.


Aos 15 anos recém completados, eu consegui adaptar mais meus pensamentos. Tornando-os mais claros e completos, mas não menos confusos. Algumas vezes falhei, e outras tive sucesso. Tive sucesso quando tirei forças de um lugar que, pra mim, é desconhecido, e trouxe para o presente todas as decepções que estavam guardadas em um passado (não necessariamente distante). Falhei quando passei a viver essas decepções novamente, não levando em consideração toda a aprendizagem que tive em cada uma delas.

Quando eu fechava os olhos, tudo aparecia no escuro da minha mente ao mesmo tempo.Deixando-me confusa e sem capacidade para saber distinguir, relacionar e interpretar aquele amontoado de opiniões e decisões. Hoje, sei separar cada um no silêncio, sem precisar me pronunciar a outro alguém. Consigo ver tudo com mais clareza, de modo que não se tornem apenas angustias guardadas dentro de mim.

Aos 15 anos eu entendi que se alguém disser que me ama, eu vou acreditar. Considerei a hipótese de poder sonhar. Admiti que esperava por um príncipe encantado. Abri os olhos e me eduquei a viver aquilo que é motivo da minha respiração naquele instante. Eu vi que gostar de alguém pode me levar à exclusão só por amar diferente. Vi mais ainda. Vi que há pensamentos, gostos, atitudes e curiosidades, que não podem ser confessadas nem com amigos de longe prazo. Aprendi que as vezes ficar calada me torna uma poeta. E senti. Senti a excitação de estar mudando, crescendo e, acima de tudo, amadurecendo.

Claro que cada um tem seu momento de descoberta. E o meu foi aos 15 anos!