
Não gosto de ser deixada falando sozinha, mas vivo o fazendo.
Falar comigo mesma em idiomas de autoria própria, aliás, me encantam, mas ter de interpretar dialetos alheios me cansam.
Preservo a calma e o silêncio, só que não me dê cinco minutos de poder que gritarei aos quatro cantos e ficarei vermelha de raiva.
Monotonia me corrói, entretanto mudanças são desprezadas por mim.
Tédio me dá dor de cabeça. E ter o que fazer, preguiça.
“Não me toque”. “Me abrace!”.
Piadas bem elaboradas são fracas para o meu humor, e situações bobas me fazem cair na gargalhada.
Sou estressada e bem resolvida superficialmente, mas sou carente e ligeiramente perturbada.
Escrever alivia minha mente, mas ler a bloqueia.
Gosto de amar e ser amada, mas reciprocidade deixa minha vida chata.
Distância me incomoda por não poder ultrapassá-la na maioria das vezes, mas agradeço sua existência por me impedir de matar alguém parte do tempo.
A voz, o tom, as palavras ditas me roubam o coração, mas o silêncio é mais completo para mim.
Preciso de pessoas a minha volta dizendo minhas qualidades, mas minha auto crítica não me deixa vê-las e ouví-las.
Sou confusa e determinada. Quieta e agitada. Calma e hostil. Auto controle perfeito, e descontrolada. Educada e respondona. Falo baixo, mas grito. Preso palavreado culto e de baixo calão. Gosto de mimos e odeio grude.
Sou eu mesma e não sou.