abril 21, 2010

Núcleo atômico.


Eram na verdade dois prótons cobertos por pele de alabastro. Os olhares intensos que trocavam eram perceptíveis aos olhos de qualquer um que dedicasse alguns segundos para aquela cena. A maneira como ela se aproximava dele mostrava claramente uma alma lânguida e inerme, em relação à aquela sensação de estar chegando perto ao agro de tão igual.

Suas mãos se uniram, mas seus corpos mantiveram-se distantes -uma verdadeira labuta! Ali, naquela junção entre duas cargas positivas, houve um espaço de inteiração forte, onde ambos já estavam acomodados indo contra à lei da física.


A dolência não se deixava passar por sorrisos adamastóricos que aos poucos surgiam. O palor de suas peles ia se partindo quando a rutilância tornava aos seus olhos. Tamanho exagero de sentimentos que ali estava presente, que nem sequer um ocaso poderia ofuscar.


Outrora os elétrons, a sociedade, traziam de volta os fantasmas noctívagos que implantavam naquela união sementes do monótono, do lasso. Afundavam-os em perfeita hipocondria.


Desd'aí só mesmo a imaginativa poderia salvá-los e trazê-los de volta ao seu mundo particular. Onde somente eles existiam.