setembro 24, 2010

Aquática.

Oxigênio limitado.
Total controle em minhas mãos.
Lucidez suicida.
Meu corpo flutua na superfície da água,
Braços e pernas movimentam-se em sintonia
E fazem com que eu saia do lugar;
Sempre para frente, em um ritmo determinado por mim.
Por minha força e desejo.
O silêncio gritante, que me é proporcionado quando submersa, fascina.
O pouco que resta de ar é solto por entre os lábios,
E logo se transforma em pequenas bolhas que rapidamente ecoam.
Preciso respirar, mas não quero.
Pois sei que ao levantar a cabeça para fora,
Todo o exterior me invadirá com ruídos torturantes da minha realidade;
Serei retirada do sufoco delicioso de estar resistindo à ausência de livre 02.
Mas o faço o mais rápido possível e que consigo.
É obrigatório!
Logo volto ao meu estado imortal,
Movendo-me às custas do meu prazer,
Da minha paz.