fevereiro 26, 2011

Something has broken.


A cada amanhecer ouço um barulho,

Um som incômodo de vidros sendo triturados.

E o volume fica cada vez mais alto.


No espelho, vejo que o reflexo se faz presente em meus olhos,

Enxergo os hormônios explodirem,

O sangue correr.

Meus joelhos se batem, se esfolam.

Minha mente perturba, lembra e relembra os sonhos

De alguém que um dia foi criança;

Alguém que esconde essa criança.


Na rua, posso ver alegria, paixão, carícias intermináveis,

Na vida daqueles que me cercam,

E que não conheço, no entanto.


Observações e anotações não faltam,

Por baixo de toda essa pele que me cobre,

Há palavras.

Palavras estas que, quando juntas, descrevem cada dia

Cada ferida que esses vidros rompidos fizeram;

Palavras que não me permitem esquecer os sonhos que se perderam.


Sinto que falta gente, falta humano, falta ser.