maio 08, 2010

Bandeira branca.

Antonieta era só mais uma adolescente com seus quinze anos de idade que, como outras milhares, enfrentava batalhas de uma interminável guerra cotidiana. Já era tarde da noite, inicio da madrugada. Ao olhar para o relógio, notou ser pouco mais que meia-noite, olhou rapidamente para o teto e tomou coragem. Empurrou pedaço por pedaço do seu corpo para fora do sofá, e caminhou pelo curto, mas que ali mais parecia infinito, corredor que a separava de seu quase arqui-inimigo. Chegando na porta de entrada deparou-se com a posição indefesa e de fácil ataque, cruzou seus braços e parada ali ficou por alguns minutos talvez. Com seu corpo encostado na batente, seu peso totalmente jogado sobre ela, permitia-se alguns sorrisos formados pelos lábios. Antonieta direcionou-se ponta a ponta como quem estivesse andando sobre ovos e cutucou os pés delicadamente de quem estava deitado. Quando notou, mesmo na escuridão, os olhos abertos e espantados fitando-a, sussurrou:

-Feliz dia das mães, mãe!

Um feixe de luz perdido no final do túnel apareceu repentinamente para Antonieta.
Era um sorriso de agradecimento pela bandeira branca erguida naquela noite.